Centro de Artes Visuais | Encontro de Fotografia, 23.03.2203
Fui finalmente a Coimbra visitar o CAV. Gostei muito, claro que não é surpresa, tinha saudades dos Encontros de Fotografia e o reencontro só podia ser emocionante.
Vamos por partes. O trabalho do arquitecto João Mendes Ribeiro na reconversão do Pátio da Inquisição é delicado, preserva o que deve e no mais é contido. Gostei das escadas e dos escritórios-contentores (a mesma solução que o Souto Moura adoptou no Edifício da Alfândega). Mas a obra ainda está no início, havemos de ir assistindo às mudanças.
A exposição dedicada a Coimbra traz-nos fotografias familiares. Foi bom rever as fotografias do Plossu mas foram os fotógrafos portugueses, os preferidos. Os animais empalhados do Molder, a viagem de Augusto Brázio ao Ingote cigano (está lá uma das mais belas fotografia da exposição), as duplas da Inês Gonçalves, e no topo, sem qualquer dúvida, as fotografias do Paulo Nozolino, cheias de grão, numa provocação ao preto como só ele sabe fazer.
Já não esperava mais nada mas havia uma cereja para fechar a visita: a escultura de Rui Chafes Aproxima-te, Ouve-me. É uma esfera em ferro, suspensa por cabos de aço. É um asteróide ferido. É tão bela que só posso dizer para a irem ver, vale a viagem, vale tudo, ouçam-na!
Há dois textos difíceis mas magníficos de João Miguel Fernandes Jorge e esta citação de Aristóteles, da Metafísica. Acabo pelo princípio.
“Todos os homens desejam naturalmente saber; mostra-o o prazer causado pelas sensações, porquanto mesmo fora da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmo e, mais que todas, as sensações visuais”