O Tomás Carneiro (já nos conhecemos de outras paragens, não é?) foi ao Coliseu ver o XXX dos Fura del Baus, mas parece que não se entusiasmou. O relato do repórter no local:
Los Fura del Baus vieram ao Porto.
O resultado? Uma erecção colectiva. Pouco mais.
O objectivo deste espetáculo, assumido por esta companhia catalã, era chocar as pessoas.
Esse objectivo falhou rotundamente, pois os fura parecem não saber que o sexxxo, mesmo servido num espaço pouco usual (o coliseu do Porto, casa quase religiosa de uma seita, essa sim, pornográfica) já só choca alguns elementos das juventudes partidárias de direita, e uma ou outra beata da velha guarda.
Os constantes apelos à liberdade (do) pessoal e ao fim dos preconceitos já chateiam.
Será que estes artistas pós-modernos não sabem que existem outras formas de fazer arte para além daquela que apenas pretende confrontar as pessoas com a sua apatia e inanição, próprias de um indivíduo diluído num grupo (neste caso o público do coliseu)?
"Aqui ninguém pensa." - dizia uma das actrizes para a plateia pouco interactiva. Logo a seguir, era vê-la, toda interactiva, a levar com um banho de esperma na cara. "Isso dá que pensar." - terá pensado a plateia.