Li, há pouco, no site do jornal de música, Blitz que é provável uma visita de Lou Reed, ao nosso país, em fins de Maio ou inícios de Junho. As datas e os locais ainda são desconhecidos.
The Raven, o recém-publicado duplo álbum de Reed recompõe o espectáculo de palco,"POEtry" criado com Robert Wilson. Neste álbum Reed contou com a colaboração de Robert Wilson, Laurie Anderson, Ornette Coleman, Willem Dafoe, Steve Buscemi, The Five Blind Boys of Alabama e David Bowie.
Baseado em diversas peças e poemas crucias de Edgar Allan Poe-"The Cask of Amontillado", "The Fall of The house of Husher","The Tell-Tale Heart", "The Pit and the Pendulum", "Annabel Lee" e "The Imp of the Perverse" que se centra em torno do poema "O Corvo" que Pessoa já traduziria. Esta retoma ao Poe não é nova. Em, The Bells, já o abordava.
Na altura da estreia da peça "POEtry", Robert Wilson disse ao "Tageszeitung": "Poe está, para mim, entre os maiores escritores de sempre. (...) Quando lhe falei acerca da minha intenção de trabalhar sobre Poe, ele encorajou-me. O que me interessa em Poe é que ele representa um mistério insóluvel, algo que faz parte do subconsciente colectivo. Há nele também algo estranho: se, por um lado, foi um espírito universal, por outro, o seu destino pessoal influenciou enormemente a sua obra. Poe está cheio de contradições. E o que me fascina mais nele é a presença de uma certa forma de ironia quando, habitualmente, o imaginamos como uma personagem extremamente sombria." E Lou Reed diria: "Poe é compulsivo, obsessivo, ansioso, pura paranóia. Peguei no ensaio que ele escreveu, "The Imp of the Perverse",e, a partir dele, escrevi uma pequena peça para o álbum. fi-lo no estilo de Poe a pedido do Bob Wilson que me tinha sugerido que escrevesse um ensaio freudiano sobre ele. O tema é: porque me atrai tanto aquilo que sei ser mau para mim? Basicamente, parti dos textos de Poe para me exprimir individualmente. E nunca tive um momento que fosse de hesitação. Adoro a linguagem de Poe. tem tudo a ver com o que penso que o rock poderia ser: o lado físico, rítmico e sexual combinado com o poder da palavra. Não vejo nenhuma razão para que não possamos gostar de rock e ser inteligentes ao mesmo tempo."