domingo, fevereiro 23, 2003
O Augusto Sócrates, que também gosta muito de Tarkovsky, mandou-nos uma das histórias para uma noite da calmaria, a número 30:
A Poesia Mais Bela
Lá para os lados de Torre Pedrera, um poeta de província, na tarde de 14 de Julho de 1969, adormeceu numa praia. Sonhou que Dante lhe mostrava o seu poema mais belo.
Sou um homem solitário
como uma árvore
dentro de uma árvore sentado
Era um poema que nunca tinha escrito
Tonino Guerra
Evening Red Tree de Piet Mondrian
O livro é muito bonito, as histórias lembram-nos filmes. Ontem no Mil | Folhas o Sérgio C. Andrade juntou três livros com cinema dentro, as histórias do Tonino é um deles:
Um bom exercício que a leitura de "Histórias para uma Noite de Calmaria" poderá proporcionar será, aliás, imaginar como é que a câmara de Antonioni recriaria as suas atmosferas e histórias. Como a do texto "Amou tanto": "(...) Até que se enamorou pela fachada de uma igreja de Assis, decidindo mudar-se para aquela cidade. Era Inverno, e durante os temporais nocturnos saía com o guarda-chuva para fazer companhia à igreja, plena de uma luz amedrontada (...)."